terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Cultura na visão de antropólogas estado-unidenses:





Para explicar o termo CULTURA, muitos cientistas sociais se esforçam em pesquisas exaustivas a fim de dar conta desse termo. Vejamos as conclusões dos estudos de Ruth Benedict e Margareth Mead, antropólogas dos Estados Unidos.
A primeira, criou o conceito de PADRAO CULTURAL, dizendo que as culturas possuem coerencia e homogeneidade. Além disso, ela dividiu as pessoas em dois tipos:

  • Apolínicos: pessoas conformistas, solidárias que não questionam as coisas e aceitam tudo sem questionar.  Guardam seus sentimentos.
  • Dionisíacos: pessoas ambiciosas, agressivas, individualistas, com forte tendencia ao exagero afetivo.

Já Margareth Mead, para compreender a cultura, estudou povos africanos e chegou a conclusão de que ela se forma de acordo com a educação que uma sociedade dá a seus pequeninos. Por essa visão, fica fácil perceber por exemplo, a razão que leva o homem a ser machista, tendo uma mãe que reproduza tal pensamento.

Absolutismo - o poder sou eu!

"O poder sou eu"! Com essa frase, Luis XIV da França conseguiu resumir bem o espirito do absolutismo, regime politico que ganhou espaço na Europa com o fim da Idade Média, ao longo da Idade Moderna. No absolutismo, o rei detinha todo o poder.
Como o nome diz, seu poderio era absoluto, isto é, ele possuía o controle sobre a justiça (leis e punições), a economia (definindo tarifas e preços ou o valor dos metais preciosos). No capitalismo nascente (monopolista) cabia ao rei a concessão dos monopólios.
Nesse momento, surgem os exércitos profissionais, ou seja, os militares passam a ser funcionários do Estado e ficam de prontidão para servir a nação em caso de guerra, como acontece atualmente.
Essa concepção de poder absoluto emana da ideia que pensadores como Nicolau Maquiavel, Jean Boldin e Thomas Hobbes, que em seus estudos filosóficos chegaram a conclusão de que o poder deve ser concedido integralmente ao rei, baseados numa doutrina do poder divino dos reis.
Para esses pensadores (e outros do seu tempo) o rei recebia o poder de Deus para governar seu povo. Abaixo consta um esquema que demonstra como era o poder absolutista:


segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

O que são os estamentos?

Em nossas aulas de sociologia, temos abordado esse termo que serve tanto para o entendimento das ciências sociais quanto para a história. Trata-se de uma forma de estratificação social (a hierarquia dos indivíduos numa sociedade) mais fechada que as classes sociais (status social definido de acordo com o poderio econômico de uma pessoa), posto que não há a possibilidade de movimentar-se de uma posição para a outra de maneira tão fácil, já que os indivíduos tem uma situação bem definida desde seu nascimento.
Mesmo assim, ela é mais aberta que as castas, onde os indivíduos já nascem predestinados a ocupar determinada função e profissão na sociedade. Neste caso, não há como mover-se socialmente e o casamento entre pessoas de castas diferentes pode até mesmo ser proibido.
O fato é que a Idade Média continha uma hierarquia estamental na qual tudo se baseava nas relações de senhorio e servidão. Observem mais atentamente essa imagem já postada anteriormente:




Vê-se a estrutura da sociedade estamental. Observe que o rei está no topo, mas, muito mais na condição de senhor, do que moldes atuais. Abaixo, cavaleiros, nobres e o clero. A base da sociedade, evidentemente, sustentava os demais, ou seja, eram os vassalos ou servos.
Evidentemente, essa estrutura além de determinar a sociedade, envolvia a política e a economia medievais.
Hoje, vivemos em classes sociais, ou seja, podemos tanto ascender socialmente (nos tornar ricos) ou ser levados à bancarrota, por causa de crises, por exemplo.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Triste fim de Policarpo Quaresma de Lima Barreto - para ler e refletir:


Muito mais que um livro que cai no vestibular, esse clássico de Lima Barreto é um romance pré-modernista que trata de um brasileiro mais que especial. Policarpo Quaresma é um nacionalista que explicita de maneira grandiosa sua paixão pelo Brasil.
O livro, do inicio do século XX, mostra que já naquela época, haviam as pessoas que se acomodavam diante do sistema, fazendo-se portadoras da voz do poder em suas ações irrefletidas no cotidiano. Pessoas cumpridoras dos seus deveres, nada mais. Quaresma, evidentemente, ia na contramão de tudo isso. 
Em sua visão nacionalista, chega a ser uma personagem dramática e cômica em seu exagero de amor pelo país. Suas falas defendem a brasilidade acima de qualquer coisa, até o ponto de ser considerado louco. 
As pessoas próximas não entendem amor tão inflamado que o leva a estudar profundamente na busca por encontrar soluções para os problemas brasileiros que surgem após a proclamação da república. Nesse sentido, a literatura torna-se um importante documento para a historiografia, pois Lima Barreto, descreve detalhadamente a cidade do Rio de Janeiro e a sociedade de seu tempo.
Lima Barreto, aliás, é autor mas poderia facilmente ser uma das personagens do livro, pois sua biografia nos mostra que Afonso Henriques de Lima Barreto além de jornalista, foi um escritor brilhante e libertário, incompreendido em seu tempo.
Filho de ex-escravos, aprendeu com o pai a tipografia e prematuramente perdeu a mãe, professora primária, herdou deles uma paixão saudosista pela monarquia, o que talvez explique (e muito) às criticas à República presente nessa obra.
Triste fim de Policarpo Quaresma é para ler e conhecer o Brasil de outrora. É para pensar nas permanências que ainda se fazem presentes na sociedade atual e acima de tudo, é para se encantar com o amor pelo Brasil de uma personagem que vai até o fim em suas convicções e que não esmorece mesmo diante de tantas desconfianças. 
Leiam, porque vale muito a pena.

Visita ao Museu - Museu de Arte Sacra:


Pra quem gosta de arte barroca, arte sacra e relíquias religiosas, esse é o lugar. Localizado na Avenida Tiradentes, próximo à Estação da Luz, Pinacoteca, Rua São Caetano (das noivas) e à Estação Tiradentes. O Museu de Arte Sacra é uma ótima opção de passeio num domingo, por exemplo.
Entre as obras, estão imagens barrocas e réplicas dos profetas do Aleijadinho (iguais as que ficam expostas na Igreja Bom Jesus do Matosinho em Congonhas - MG). 
Eu indico a visita ao anexo do museu onde está um dos maiores presépios do mundo. Um presépio napolitano, trazido ao Brasil por Cicillo Matarazzo e que encanta não apenas pela grandiosidade, mas por exibir o cotidiano da cidade de Napolês no século XVIII. Desde 1996, o presépio encontra-se no Museu, instalado na antiga residencia do capelão.


 No museu de arte sacra também fica o quarto do primeiro santo brasileiro: Santo Antonio de Sant'Ana Galvão e é possível ver obras religiosas e relíquias da Igreja Católica desde o barroco até o século XX. No mesmo espaço, as freiras distribuem as famosas pilulas de Frei Galvão, que segundo a fé popular curam todos os males daqueles que nelas acreditam.
É uma visita muito agradável por misturar arte e fé num mesmo espaço. Os ingressos são a preços populares.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Questões e decisões sob a ótica da sociologia




No cotidiano da vida, muitas vezes não nos damos conta do quão importantes são as nossas decisões. O que escolhemos para nossas vidas podem interferir no nosso próprio destino, mas, podem também mudar os rumos da nossa sociedade.
Por isso, a sociologia estuda as questões, que podem ser individuais - quando envolvem a vida de uma pessoa (estudos, casamento, profissão) ou coletivas - quando envolvem o conjunto da sociedade (a escolha dos políticos, conselheiros tutelares, etc.). Para tanto, a pessoa deve sempre refletir nas consequências que implicam as suas escolhas.
Tudo na vida é uma opção. Optamos por ir a escola ou por ficar em casa. Optamos por comprar um sapato marrom ou preto, optamos por morar neste ou naquele bairro. Optamos por ser massagista ou fisioterapeuta. Essas opções nos são apresentadas pelo enorme acesso que temos na nossa sociedade e também pelas circunstâncias que muitas vezes nos levam a caminhos impensáveis.
Para tomar as nossas decisões, temos que ser responsáveis. Nas decisões individuais, incluí-se o que afeta pessoalmente uma pessoa. Nas decisões coletivas, está o que vai mudar a vida de todos. O fato é que individualmente ou coletivamente, o homem deve raciocinar bem, afinal, vivemos em sociedade e é dela que tiramos o nosso sustento e exercitamos o que é ser gente.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Diálogo interdisciplinar com a Profª Andréia Teixeira:

A gama do conhecimento é bem extensa. Podemos subdividir em várias disciplinas os saberes humanos. Contudo, todos eles concorrem para um mesmo fim: constituir e ampliar a visão do homem a respeito do mundo. 
As ciências humanas, de um modo geral, se interligam entre si e uma facilmente cabe dentro da outra as mesmas discussões. Porém, mesmo as ciências exatas e biológicas são capazes de dialogar com as humanidades.
Outra importante ligação se dá através da linguagem posto que a palavra é fundamental não apenas para a transmissão do conhecimento, como também para o entendimento e difusão do mesmo. Assim como os números são fundamentais para a compreensão da matemática  a palavra é o veiculo que conduz as ciencias humanas.
Sendo assim, fica fácil perceber o meu encantamento diante de uma atividade proposta pelo Professora Andréia Teixeira (Português / Literatura) na qual ela pedia aos alunos do 3º ano do Ensino Médio que registrassem em quadrinhos fatos marcantes de sua história.
Vejam o que a aluna Melanie Catherine registrou nessa atividade:




Gostaria de parabenizar a aluna pelo talento e a professora por desenvolver um trabalho tão interessante e criativo. O Luana Ensina está a disposição de vocês sempre que quiserem expor seu talento e brilhantismo.

Como se deu o fim da Idade Média?



A Idade Média é o período da História que compreende um modo de produção bastante interessante: o feudalismo. Nele, as relações sociais e econômicas eram estabelecidas pelo compromisso de suserania e vassalagem ou senhorio e servidão. Neste caso, o senhor, detinha a propriedade e a repassava aos servos para que estes produzissem e assim lhe devolvessem tributos em torno da produção.
Ocorre que por volta do século XIV, as tributações, os impostos, as taxas e os pedágios são tantos, que os camponeses começam a se revoltar. Além disso, há uma recusa no pagamento de impostos que é responsável pela desagregação do sistema feudal.
Na imagem abaixo, consta uma pirâmide que explicita a sociedade feudal:



Aos poucos, essa sociedade vai perdendo espaço para uma nova classe social ascendente:a burguesia. Os burgueses viviam nos burgos (cidades fortificadas) e seu trabalho era voltado para os negócios, sobretudo, o comércio. Diferente dos nobres e do clero, trabalhavam duro para conquistar os seus bens.
O final da Idade Média, coincide não apenas com a subida da burguesia, mas também com a centralização do poder por parte dos reis que pagavam exércitos para realizar conquistas e defender seus territórios e implantava normas e punições para garantir a ordem, além de criar a burocracia para a  gerir a administração pública (transportes, portos, comunicação, saúde e educação). 
Com essas medidas, os reis pouco a pouco foram conquistando o poder ao passo que os senhores feudais foram perdendo seu espaço até desaparecer por completo das sociedades européias.
Vale frisar que esse processo foi lento e gradual e sofreu variações de país para país. Na Rússia por exemplo, o feudalismo permaneceu até o século XIX.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Cultura na visão de Félix Guatari:

Para o senso comum, cultura está ligada a uma concepção de hábitos que demonstram uma certa erudição. Ir ao concerto, ao teatro, às exposições de arte e ler livros de literatura. Nesse caso, a pessoa recebe o rótulo de culta, antenada, ligada aos melhor da sociedade.
Evidentemente, esses hábitos são salutares e fazem bem aos seus frequentadores. Afinal, conhecimento não ocupa espaço e nunca é demais.
Porém, para as ciências humanas, cultura não é apenas isso. Ela reflete os hábitos adquiridos pelo homem desde a mais tenra idade e que ao longo de sua vida o fazem sobreviver e conviver em sociedade. 
Félix Guatari, desenvolveu uma teoria na qual ele dá três definições para cultura, a saber:

  • Cultura-valor - é a cultura mais voltada para o erudito (assim como a cultura é descrita no senso comum).
  • Cultura-alma coletiva - é gerada nos grupos, dando-lhes uma identidade.
  • Cultura-mercadoria - são bens (ou serviços) produzidos para o consumo cultural (livros, discos, ingressos, etc.)
A cultura-valor evoca um sentido do que é culto ou inculto. Ou seja, quem frequenta determinados ambientes recebe o valor, as honras por pertencer a um meio privilegiado culturalmente. 
A cultura-alma coletiva é o que identifica determinados grupos e ela normalmente é percebida por quem a vê de fora ou quando esses grupos resolvem enaltecer seus símbolos. 
A cultura-mercadoria, como o próprio nome já diz, é quando a arte é concebida para entreter e suas obras tornam-se produtos prontos para o consumo.
Em todos os conceitos, não se pode esquecer que o ser humano pode não gostar de frequentar os meios eruditos (cultura-valor) e mesmo assim ter um amplo conhecimento que o torne culto tanto quanto os frequentadores mais assíduos dos teatros, concertos e museus. 
Já a cultura alma-coletiva ela muda muito ao longo da vida pois uma pessoa pode pertencer a certos grupos por um tempo e deixar de fazê-lo e ir se inserindo em novos grupos, ou seja, ganhar novas identidades culturais ao longo da vida. Esse é um conceito mutante.
Por fim, a cultura-mercadoria, também chamada de cultura de massa, embora concebida enquanto produto, não pode ser reduzida só a essa visão. O processo de criação ao longo do tempo sofreu uma ressignificação e ela tem muito a ver com o mundo atual, seus sistemas e seus novos valores. Não se pode esquecer que os nossos criadores são trabalhadores e precisam ser remunerados. 
Contudo, vale refletir sobre a qualidade dos "produtos culturais" pois se eles existem é porque há mercado, não é mesmo?

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Indivíduo uma concepção ambígua:


Atualmente, a ideia que temos de individuo ou de individualidade é uma só: uma pessoa com todas as suas particularidades. Diz-se que é individual tudo o que uma pessoa pode fazer sozinha.
Esse conceito é recente historicamente. Fruto da evolução do capitalismo. No século XVIII, após a revolução industrial, o capitalismo começa a se firmar. Nesse momento, o poder do dinheiro se coloca a frente da origem familiar do homem, como acontecia na Antiguidade, em que o homem era identificado pelo grupo ao qual pertencia (clãs, nomos, etc).
Após a Reforma Protestante, quando os reformistas começam a difundir os textos bíblicos, a mensagem do livro do Gênesis de que o homem é "imagem e semelhança de Deus" dá ao homem do Modernismo a noção de poder (um ser como Deus). Nesse momento, o teocentrismo dá lugar ao antropocentrismo, fazendo com que o homem em sua dimensão individual (ser único) comece a ganhar cada vez mais espaço.
Na contemporaneidade, o individualismo impera na sociedade ocidental, onde as pessoas se isolam cada vez mais do convívio com as outras. Vê-se facilmente atitudes que se mostram repletas de individualismo. Como na recusa de trabalhar em equipe.
Muitas vezes se confunde individualidade (características próprias de cada um que devem ser respeitadas e compreendidas) com individualismo (autossuficiência e recusa da solidariedade). Há alguns dias atrás, escrevi no blog a esse respeito, o post É impossível ser feliz sozinho será mesmo que podemos viver sozinhos e nos bastar?

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Visita ao museu - Pinacoteca de São Paulo:

Primeiramente, é preciso explicar o que significa a palavra PINACOTECA. É uma coleção de pinturas. Não apenas pinturas, mas gravuras, esculturas, esboços, etc. A pinacoteca de São Paulo surgiu assim. Para guardar a coleção de obras de arte do nosso estado.
Seu acervo é riquíssimo e bem diversificado. Possui muitos quadros que remontam à própria História do Brasil e de São Paulo. A localização do prédio também é privilegiada, pois ela fica no Jardim da Luz, em frente a Estação da Luz ao lado da Avenida Tiradentes. 
A pinacoteca está aberta de terça a domingo das 10 às 17h30. Os ingressos custam R$6,00 (estudante paga meia) e a entrada é franca aos sábados. 
Está integrado à Pinacoteca, o Museu da Resistência que fica na Estação Júlio Prestes, distante uns 200 metros. Quase em frente, fica o Museu da Língua Portuguesa.
Destaco agora  uma imagem que fiz da Pinacoteca em 2009, para mostrar a grandiosidade desse acervo:



O quadro O Violeiro, de 1899, é de Almeida Júnior, pintor brasileiro, bolsista do Imperador D. Pedro II, que estudou na Escola de Belas Artes de Paris, a fim de remontar a História do Brasil através de pinturas que retratassem a nossa gente. Essa é uma imagem que mostra o Brasil do século XIX, com a simplicidade da vida no campo em suas construções de taipa de pilão. 
Na obra de Almeida Júnior, o que poderia ser triste ganhou uma poética, pois o violeiro, em meio a pobreza toca a música que encanta a mulher.É uma cena do cotidiano paulista em tempos onde a modernidade não se fazia presente em todos os lugares (como hoje). Num período em que a própria ideia de tempo era distinta da nossa, pois ao observar o quadro, tem-se a impressão de que tudo demorava a passar. Nada instantâneo nem urgente.
Quem quiser conferir, vá pessoalmente à Pinacoteca, pois a reprodução fotográfica sem o uso de flash não consegue reproduzir a beleza e grandiosidade de tão belo quadro.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

O que é socialismo?



Esse termo que usamos frequentemente em nossas aulas refere-se a uma teoria surgida ainda no século XVIII em plena Revolução Industrial, na qual esse modo de produção foi apontado como solução frente ao Capitalismo que se expandia grandemente, de modo a deixar os patroes cada vez mais ricos e os operários em precárias condições de vida. A ideia dos seus teóricos era criar uma sociedade mais justa. Nessa primeira fase da teoria socialista, os pensadores eram ligados ao liberalismo e formularam o chamado SOCIALISMO UTÓPICO.
O socialismo utópico, é assim chamado, porque inicialmente não foram realizadas doutrinas, mas, modelos idealizados, que dificilmente poderiam ser colocados em prática. Como um sonho inatingível, constituem uma utopia. Os socialistas utópicos foram Claude de Saint-Simon, Charles Fourier, Pierre Leroux e Robert Owen.
Contudo, o socialismo ganhou forma mesmo em meados do século XIX, quando outros estudiosos desenvolveram estudos paralelos. Esses estudiosos pretendiam através de seus estudos compreender para transformar a realidade vigente. Suas teorias tinham como base a economia. Além disso, a ideia era levar esse conhecimento para os operários para que eles pudessem promover as mudanças. Surge assim o SOCIALISMO CIENTÍFICO.
Esse cientificismo surge da analise histórica e filosófica. Esses estudos mudaram definitivamente muitas concepções que se tinha a respeito do homem nas ciências humanas. O maior expoente desse socialismo é KARL MARX, economista e filosofo alemão que juntamente com Friederich Engel, escreveu obras como MANIFESTO DO PARTIDO COMUNISTA e O CAPITAL. Em ambas, estão definidas todas as doutrinas socialistas. 
Essas obras foram escritas com uma interpretação histórica com base na analise econômica  chamada de MATERIALISMO HISTÓRICO. Marx e Engels formularam muitos conceitos importantes como: LUTA DE CLASSES, MAIS-VALIA  e REVOLUÇÃO SOCIALISTA.
No socialismo, o Estado deveria socializar os meios de produção, eliminando-se assim a propriedade privada e fazendo uma justa redistribuição das riquezas, Eliminando as desigualdades sociais. 
Esta seria uma etapa do desenvolvimento econômico anterior ao COMUNISMO, em que as pessoas viveriam em perfeita harmonia, onde até a própria figura do Estado desapareceria. 

É impossível ser feliz sozinho...

Muitas vezes, não prestamos atenção, mas o fato é que para satisfazer nossas necessidades, precisamos de muita gente. Precisamos das pessoas que trabalham duro para fazer as coisas funcionarem ou para confeccionarem os bens que utilizamos.
Tudo na sociedade é fruto do trabalho duro de outras pessoas. Nossa função no mundo é fazer alguma coisa, realizar a atividade de que outros necessitam de alguma forma e nós também necessitamos dos fazeres de alguém.
Nossa roupa, nossa comida, nosso papel, nossas canetas. Nada disso surge do acaso. Tudo é obra do trabalho de quem costurou, preparou, elaborou ou fez essas coisas existirem. 
Precisamos uns dos outros. Do médico e do enfermeiro que nos atendem em nossas enfermidades. Do professor que nos instrui. Do coletor que recolhe o nosso lixo e assim por diante.
Portanto, por mais egoísmo ou individualismo que uma pessoa tenha, ela deve ter a consciência de que é impossível ser feliz sozinho como cantava Tom Jobim.


Ser humano ou ser social?

O que nos faz humanos? Muitas vezes não fazemos esse questionamento, mas o fato é que a resposta vem de outros seres humanos. O homem é um ser social. É a sociedade quem nos faz gente. São os ensinamentos da família e os cuidados com a criança que geram a pessoa humana.
Falar, andar, comer, higienizar-se, etc. são comportamentos que aprendemos desde a mais tenra idade com o objetivo de nos levar a sobrevivência e, ao mesmo tempo, ao convívio social.
Vivemos em sociedade desde o momento em que nascemos, pois já na maternidade convivemos com os outros bebês e com os nossos familiares. A partir daí, o bebê recebe cuidados e depois que cresce, orientações que o tornarão apto a conviver com os demais seres humanos.


Mas o que aconteceria se não tivéssemos cuidados ou orientação? Provavelmente não sobreviveríamos e caso isso ocorresse, não desenvolveríamos a capacidade de andar de maneira ereta, nem tampouco teríamos a capacidade de comunicação.
Em outras palavras, a humanidade surge da convivência social. Por isso, devemos valorizar aqueles que nos ensinaram a viver, conviver e a sobreviver através do comportamento que nos foi passado e assim,  sua assimilação nos possibilita o contato pleno com o mundo.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

O que é República?

Do latim, coisa pública. Foi um sistema político dos mais avançados, adotado na Roma Antiga. Os historiadores dizem que até mesmo nas cidades-estado da Grécia (Atenas e Esparta) ouve um regime republicano.É uma forma de poder descentralizado, na qual o representante, seja ele presidente ou primeiro ministro é escolhido pelo voto de seus cidadãos. Outra característica republicana é a divisão dos poderes, que faz com que haja toda uma estrutura capaz de sustentar seus governos. Nela, não apenas o presidente ou primeiro ministro tem o poder, mas, os parlamentares também o possuem.


Muitos confundem república com democracia (governo do povo, segundo os gregos). Embora os termos sejam muito próximos, são completamente distintos. Pois a democracia requer liberdade política. No Brasil, por exemplo, já vivemos períodos em que o sistema politico era republicano e não havia liberdade para os cidadãos. Portanto, pode-se concluir que a República pode perfeitamente conviver com a falta de liberdade de seus cidadãos ao passo que a falta de liberdade significa impedimento essencial para a existência da democracia.
Atualmente, a maioria dos países ocidentais é gerida pelo regime republicano. Os Estados Unidos por exemplo, tem um regime tão forte e consolidado, que serve de modelo e parâmetro para os demais países  No entanto, pertencer ao regime republicano não garante de fato a participação popular no poder, nem tampouco impede a existência de governos corruptos. 
Porém, o povo tem a possibilidade de através do voto escolher novos governantes e assim não se submete mais ao governo de alguns privilegiados oriundos de uma mesma família, como no caso da monarquia.
Para esse sistema dar certo, é preciso que os cidadãos sejam conscientes e que se esforcem em buscar governantes que melhor administrem seus países, garantindo uma vida melhor para todos os cidadãos.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Memórias póstumas de Brás Cubas - para ler e refletir:



Esse livro é uma das mais interessantes obras de Machado de Assis, compõe com Dom Casmurro e Quincas Borba uma trilogia. Apesar de as histórias serem distintas, as personagens se visitam nos três livros. Em pleno século XIX, o autor começa a trama durante o velório da personagem principal do texto e ao longo dos capítulos, passa a contar ao leitor a vida de Brás Cubas, uma figura enigmática a primeira vista, mas muito simpática a medida em que vai se lendo a história.
É uma leitura muito bacana, pois é narrada em primeira pessoa, ou seja, é Brás Cubas que conta sua vida a partir de sua morte. 
Para quem pretende prestar vestibular é leitura obrigatória. Para os demais, é uma oportunidade excelente de através da leitura ter contato com o Rio de Janeiro do século XIX, pois Machado de Assis, sabia como ninguém descrever a sua realidade em todos os seus aspectos: geográficos, políticos, psicológicos. Ele nos deixa íntimos desse homem, Brás Cubas, repleto de carências, dúvidas e casos de amor mal resolvidos.
Ler Machado de Assis nessa ou em qualquer outra obra é ver o brilhantismo de um brasileiro que soube como ninguém falar de sua realidade. É ter contato com toda a intelectualidade que brotou de alguém que não tinha formação nem berço, mas soube como ninguém usar o brilhantismo de sua mente.
Recomendo a vocês essa leitura e a reflexão sobre os valores, o que é fundamental na vida, para que no nosso leito de morte não estejamos como esteve Brás Cubas...
Por fim, deixo o link da obra de Machado de Assis que pode ser baixado gratuitamente no site do MEC. Boa leitura!


domingo, 10 de fevereiro de 2013

Carnaval: do profano ao sacro...


Vivemos um tempo bastante especial em nosso país. Trata-se do carnaval. Do latim, prazeres da carne. Período de quatro dias, em que as pessoas se entregam às paixões para ver tudo se acabar na quarta-feira de cinza. A origem dessa festa nos remete à antiguidade greco-romana, em suas manifestações pagãs, que objetivavam demonstrar sua liberdade e até mesmo igualdade perante os deuses. Nesse período  as pessoas   se entregavam umas as outras, sem medir muito a consequência de seus atos.
Com a ascensão do cristianismo, as festas da carne pagãs, passaram a encerrar o tempo comum para introduzir a quaresma. Dessa maneira, o carnaval passou a anteceder a quarta-feira de cinzas, e consequentemente, a quaresma.
O carnaval brasileiro, famoso por inúmeras manifestações culturais, é o misto de cultura afro com a cultura tradicional européia com relação ao carnaval. Por isso, vemos desde o samba de Rio de Janeiro e São Paulo, ao Balmasqué (tradicional baile de máscaras) de Recife e toda a diversidade da cultura pernambucana que agrega elementos tanto europeus quanto africanos, sendo uma das manifestações culturais mais impressionantes do carnaval brasileiro. Não podemos nos esquecer ainda do carnaval de Salvador repleto de elementos africanos derivados do axé.
O fato é que nos dias de folia, há muita promiscuidade e que as pessoas não pensam nas consequências de seus atos. É preciso que as pessoas se divirtam, dancem, pulem, mas não se esqueçam que após a quarta-feira de cinzas seguem dias de penitência e a vida segue seu curso. 

O que é capitalismo?

Em nossas aulas de ciências humanas, é comum ouvir falar em uma expressão: o capitalismo. O capitalismo que é um modo de produção de bens (ou capitais) é o que tem gerido a nossa economia há alguns séculos. Na filosofia, diversos pensadores já criaram teorias a seu respeito, porém, o que é certo é que esse modo de produção vem se adaptando ao longo do tempo. Diferente dos outros sistemas econômicos  onde as crises apontavam para o seu declínio e sua consequente queda, no capitalismo ocorre o inverso. as crises são um estimulo para uma nova adaptação e acomodação do sistema.
Para o capitalismo, o que conta é o acumulo de bens, ou seja, quanto mais dinheiro uma pessoa tem, mais poder ela poderá exercer na sociedade. Sendo assim, pouco importa a origem de uma pessoa se ela conseguir chegar ao acumulo de bens, ela terá reconhecimento e valor. Por outro lado, esse sistema não se abre a grandes possibilidades de acumulo de bens, visto que tudo o que se tem é alcançado pelo dinheiro. Das coisas mais básicas aos luxos, tudo é adquirido através do dinheiro. Da comida ao cotonete, da passagem de ônibus ao apartamento próprio, tudo é comprado. Sendo assim, quanto menos capital uma pessoa tem, mais dificuldades ela terá em comprar seus bens, portanto, para acumular bens não será uma tarefa fácil.


No capitalismo, todos nós vivemos num imenso MERCADO, onde ao mesmo tempo exercemos a função de CONSUMIDORES e de VENDEDORES. Mesmo não trabalhando no comércio, vendemos a nossa FORÇA DE TRABALHO para de posse do nosso salario, poder comprar os bens que suprem as nossas necessidades.
A economia capitalista se baseia nessa lógica de compra e venda de bens. As crises surgem quando há dificuldade de comprar ou de pagar pelos bens adquiridos. A cadeia do capitalismo possui uma teia tao complexa e bem estabelecida, que quando isso ocorre, países inteiros podem ser abalados economicamente e ver a vida de seus cidadãos se desestruturar.
Contudo, embora estejamos vivendo numa sociedade capitalista, não podemos nos deixar corromper pela tentação do poder e do dinheiro, querendo adquirir a qualquer preço o acumulo de bens. É preciso conquistar nossos bens com a dignidade do trabalho e nos esforçando bastante, seja nos estudos ou no exercício de uma atividade profissional.
É comum as pessoas viverem escravizadas por essa lógica do acumulo de capital. É certo que precisamos de dinheiro para ter acesso aos bens de que necessitamos, porém, acumular muito dinheiro implica em grandes responsabilidades e preocupações.

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Visita ao Museu - MASP: Madona com o Menino Jesus de Belini:




No MASP, há uma obra de bastante relevância a cerca da maternidade divina de Maria em sua concepção ocidental. Trata-se do quadro A Virgem com o Menino de Pé, Abraçando a Mãe, de Giovanni Bellini. Esse quadro remonta ao século XV e a arte renascentista que já começa a se desenhar, mesmo que timidamente, no quadro, é exposto pelo artista a existência de dois mundos: o espiritual e o temporal e é pintado um detalhe em madeira, para que o admirador não se esqueça de que está apenas admirando aquela realidade e não faz parte dela.
Sendo assim, Bellini imprime em sua obra a ideia de que sagrado e profano não se misturam e que os pobres homens da terra podem sim se apegar ao divino, mas de maneira afastada, visualizando uma realidade suprema. Por outro lado, a mãe do quadro segue não como sendo uma Virgem Maria suntuosa, mas uma mãe dedicada e atenciosa com o filho, numa expressão delicada de quem aceita que seu menino mexa consigo. 
Esse é um dos quadros mais bonitos do museu porque representa ao mesmo tempo beleza e simplicidade numa cena comovente entre mãe e filho.


Fonte:

Sociologia... porque entender a sociedade:

A sociedade é algo absolutamente incrível. Possui uma dinâmica complexa. Afinal, diversos seres humanos em convívio constante, não é qualquer coisa. Contudo, ela se inicia de maneira simples, tendo na família sua base fundamental.
O homem, embora seja o animal racional, e, portanto, capaz de transformar substancialmente o mundo, necessita de cuidadores para sobreviver; adquirindo hábitos fundamentais. As famílias não são iguais. Cada uma possui valores diversos. Contudo, todas elas preparam o individuo para viver em sociedade e perpetuar a especie humana sobre a terra.


Esse é um amplo desafio, pois o homem para viver, deve satisfazer necessidades básicas (fisiológicas) e ao mesmo tempo, suprir necessidades de cunho social, moral, político, espiritual, etc. A sociedade é o espaço onde o homem realiza tarefas e se realiza. 
É um imenso exercício cotidiano a convivência humana com os seus semelhantes, posto que diversas vezes as necessidades dos homens interferem na liberdade de outros homens.
Sendo assim, a sociologia estuda essa dinâmica em toda a  sua essência, com aprendizados e desafios a serem superados. É uma ciência que usa a História como ferramenta e ao  mesmo tempo, serve de ferramenta para essa.
Promove uma profunda reflexão: é o homem que faz a sociedade ou é a sociedade que faz o homem? Nos dias atuais, seus questionamentos vem a nos ajudar a entender o mundo em que vivemos, posto que o que nos torna humanos são justamente nossos aspectos sociais.

História... um mundo de possibilidades:

A disciplina de História é muito interessante, pois ela marca a experiencia da humanidade ao longo do tempo. Assim como as pessoas tem o registro da sua vida através da fotografia, os países tem sua historia registrada nos livros, que detalham certos fatos e acontecimentos marcantes, para que de posse desse conhecimento possamos entender esses espaços.
A História é marcada essencialmente por processos, que ocorrem de maneira lenta e gradativa ao longo do tempo, de maneira que as transformações acontecem lentamente, o que dá ao homem a possibilidade de se adaptar as mudanças.
Conhecer a história é estar aberto a um conhecimento amplo, pois tudo tem sua história: pessoas, coisas, lugares, etc. A História Geral nos dá a ideia de mundo ocidental e nos dá pistas de como a nossa cultura foi formada, a partir dos gregos e romanos e das civilizações que vieram a seguir.


Com o passar do tempo, podemos ter despertadas certas curiosidades que nos  levam a pesquisar histórias particulares. Para isso, é importante saber que esse conhecimento é pautado em fontes, que servem de base para as pesquisas e assim um conhecimento vai ajudando a formar um novo e assim por diante.
Os historiadores, que são os cientistas que trabalham na construção do conhecimento histórico, são profissionais dedicados ao estudo e ao ensino. Sua ferramenta de trabalho são documentos (registros variados) cuja utilidade é a possibilidade de remontar a um período com base material.
Enfim, a História é um mundo de possibilidades de conhecimento, de questionamentos, de reflexões, de compreensão. Tudo com o objetivo de levar ao senso comum a percepção de que nada é fruto do acaso. Tudo tem uma razão de ser.

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De volta à ativa:

Caros leitores/alunos:

Esse blog manteve-se sem uso por quase 2 anos devido ao período em que me dediquei à maternidade aos meus cursos na Escola de Formação e ao Redefor/Unicamp.

Em 2013, os planos são outros. Os planos são usar esse espaço para interagir com os alunos e trocar experiências didáticas, pedagógicas e educativas.

Mãos a obra!