quarta-feira, 22 de julho de 2015

Jana no Hibi - artista visual que encanta o coração:


Jana no Hibi: sua vida e sua obra que encantam pela força e determinação.

Essa é uma das entrevistas mais bonitas publicadas aqui no Blog Luana Ensina. Trata-se da linda história de vida, de Jana no Hibi, minha ex-aluna Janaína de 2006, na E.E. Profº Pedro Brasil Bandecchi, colega de turma de Fernando Rocha. Jana no Hibi é seu nome artístico e significa "dias de Jana", inspirado num anime. A jovem artista de 25 anos se define uma artista em construção. É uma vencedora. Criada no Jardim Nélia - extremo leste da capital paulista - enfrentou as dificuldades de viver na periferia da maior cidade do Brasil, numa família chefiada por uma mulher (sua mãe, de quem herdou a bravura e as forças pra lutar) Jana enfrentou dificuldades e abusos numa infância sem muitos recursos e poucas possibilidades. Muito estudiosa, tinha planos de reverter tudo isso ao terminar o Ensino Médio, quando entraria na Universidade para ingressar nos estudos superiores e no mundo. Porém, o destino lhe reservou uma surpresa na ocasião. Na verdade, duas. Mãe aos 18 anos, Jana não desistiu dos planos e seguiu firme em seu propósito de estudar para ter uma vida digna. Da Psicologia às Artes Visuais, tem encontrado seu caminho ao levar cultura a menores em situação de rua. Sua vida e seu caminho profissional demonstram que determinação e perseverança levam o ser humano a atingir seus objetivos.

Luana Ensina - Qual a sua formação acadêmica e artística?

Jana No Hibi - Me formei em Artes Visuais, pela Universidade Cruzeiro do Sul. Entrei na faculdade pra estudar Psicologia, gostava muito de ler e tinha bastante contato com as artes, porém eu não sabia - a gente não sabe do que gosta especificamente - quando mora na periferia. Não temos muita orientação. Quando recebi uma proposta de bolsa de estudos e pude escolher, pulei a Psicologia e me matriculei em Artes Visuais. Foi a melhor escolha da minha vida, apesar de até hoje não ter o retorno, pois eu não segui a licenciatura, que é minha formação. Resolvi me arriscar. Após algumas tentativas de dar aulas, na mesma escola que eu estudei a minha vida toda, desde a primeira série do ensino fundamental até o terceiro ano do ensino médio: a E.E. Profº Pedro Brasil Bandecchi no extremo da Zona Leste de São Paulo. Eu não sei o que deu na minha cabeça, mas eu voltei lá e não gostei da experiência, mas ainda não desisti da licenciatura.


Luana Ensina - Não foi fácil chegar até aquinão é mesmo? Fale da sua origem e da sua gravidez precoce. Que sabor teve a conclusão da sua faculdade diante disso tudo?

Jana No Hibi - Como tudo na minha vida parece uma história fantástica e meio dramática: eu engravidei do meu namorado. Na época eu era bem jovem e tinha acabado de terminar o Ensino Médio e tudo que queria era ir pra faculdade. Quando recebi a notícia foi bem difícil,  mas nunca me faltou apoio, mas não era só uma gravidez, a coisa era mais especial, aos quatro meses eu descobri que eram gêmeas! Nossa, mudou tudo! Inclusive minha situação por dentro, eu me senti muito especial. Sempre fui muito sozinha, tenho um irmão cinco anos mais velho, que passava o dia na rua, e minha mãe trabalhava muito e sozinha pra manter a casa, éramos nós três, então nunca tive muita orientação e minha mãe fazia o que podia. Sou muito grata a ela e assim como ela eu aprendi que a vida não seria fácil, e se eu quisesse conquistar alguma coisa na vida, teria que ralar muito, bem ai já me confortei: minhas filhas não se sentiriam tão sozinhas como eu quando era pequena, onde cheguei até a sofrer abuso e só vim recordar realmente bem mais tarde. Isso influenciou bastante minha militância em prol da criança e do adolescente em vulnerabilidade social, eu cresci nessa vulnerabilidade, e penso e me pergunto como apesar de tudo isso pude ter algumas conquistas. Tive uma amiga da escola chamada Mônica que foi essencial, até hoje temos projetos juntas como o Em Construção que pretende exatamente isso contar às histórias das mulheres que crescem e sobrevivem na periferia e ainda conseguem projetar mudanças. Na adolescência éramos muito unidas e vivíamos inventando coisas pra fazer, como ir na biblioteca do CEU Parque Veredas (no Itaim Paulista). Líamos muito e todo curso de música, fotografia queríamos fazer e conversávamos bastante com professores e educadores que nos influenciavam.

Luana Ensina - Fale mais a respeito do Projeto Em Construção. O que ele objetiva?

Jana No Hibi - O Em Construção surgiu porque nós queremos não só contar nossas histórias de luta de quem vive na periferia e é mulher, sai pra estudar longe, muitas vezes, tem filhos e ainda assim produz algo pra fazer a diferença. Temos bastante amigas assim e queremos mostrar que elas existem e que resistem.

Luana Ensina - Como é o seu cotidiano de trabalho? Você participa ativamente da promoção de eventos que levam cultura aos menos favorecidos. Relate essa experiência.

Jana No Hibi - Hoje eu trabalho na área social, o que me acrescenta bastante não apenas como profissional, mas também como pessoa, apesar de não ser minha área específica. Trabalho com abordagem de crianças e adolescentes em situação de rua. Criamos propostas de oficinas e interações para nos aproximar e tentar mudar a vida dos meninos(as) que vivem em situação de rua. Tenho bastante liberdade de criar e propor ações, pensar e desenvolver ideias práticas e atividades. Meus projetos são meio que lazer, até, porque na maioria das vezes, é o meio em que eu convivo, e assim como no projeto Crie i Ative ou no Em Construção ou num desenho que forem fazer e me chamar para ver, é tudo diversão. O Em Construção tem um caráter mais documental e mostra a vida da mulher que participa e faz coisas na periferia.  Já o Crie i Ative é mais uma ação de interação e lazer, ele propõe uma atividade que envolva desde a criança até o adulto, na construção de algo como um instrumento musical ou um utilitário, a partir de coisas que às pessoas jogam no lixo. E se me chamarem pra pintar, desenhar, fotografar ou dar uma oficina sobre essas coisas, eu tô dentro é assim: uma soma.

Luana Ensina - Porque se apaixonou pela Arte? O que ela representa pra você ou pra sua vida?

Jana No Hibi - Eu me apaixonei por arte e eu nem sabia. Eu sempre quis fazer coisas diversas nada específico,  eu sempre gostei de experimentar tudo. A arte me deu essa possibilidade e ela nunca disse que eu não podia. Eu trabalhei em algumas exposições durante a faculdade e conheci muitos artistas. Muitos nem eram formados em artes,  eram matemáticos ou formados em direito ou arquitetura ou qualquer coisa, o mais incrível é que todos tinham a compulsão de criar e fazer algo.

Minhas frases favoritas nas artes são "arte não serve pra nada" você não vai comer, nem vesti-la,  Nem morar nela... a arte serve pra ativar o pensamento! Depois que a mente cresce ela jamais retornará ao estado anterior."
A outra é que "a arte não precisa ser bonita pra ser arte", e é isso ai, eu particularmente gosto muito da arte esteticamente feia, gosto da bonita também, todo aquele barroco, e arte sacra ou pop mas a arte que me toca mesmo são aquelas bem pesadas, tipo Caravagio até às influências de hoje como umas performances malucas.


Luana Ensina - Quais os trabalhos que você realizou que possuem maior significado na sua obra?

Jana No Hibi - Nas artes eu estou sempre inventando algo, ela me dá essa liberdade de não me especificar e nem me limitar, gosto de explorar tudo quanto for possível, tenho vontade de fazer ou uma ideia vou lá e faço, acho que isso deve ser arte kkkk... Tenho o projeto "Crie i ative" que está começando, e visa trabalhar a criação através da arte e sustentabilidade para todas às idades. Acho que não tenho nenhum trabalho específico, acho que estou em construção, mas tenho muitas coisas desenhadas, fotografias, esculturas, pinturas, textos, essas coisas. A primeira coisa pela qual eu tive compulsão e que me alivia, tira o peso da vida foi escrever. Isso me ajuda até hoje.

Luana Ensina - Que dicas você poderia dar para quem quer seguir carreira artística? E pra quem vê a maternidade chegar tão cedo?


Jana No Hibi - Pra quem está, gosta ou pensa em viver o mundo das artes, eu digo pra seguir o coração, porque arte é isso: é fazer o que dá vontade. É ter liberdade. É pensar bastante em si e ao seu redor, pois não somos seres isolados. Esse pensamento menos egoísta ajuda a manter um pouco os pés no chão e isso é muito importante,  mesmo que ninguém entenda ou apoie o que você faz. Às vezes, a gente é chamado de louco(a) mesmo, mas não desista e não se sinta sozinho. Sozinhos todos estamos, mas afeição e respeito pelas idéias novas é difícil de achar. A maior parte das pessoas não gosta do desconhecido ou coisas  estranhas então algumas pessoas certas irão se identificar com o que você faz,  e vão de certa forma te entender, mais em algum momento a nossa hora chega. É não desanimar quando descobrir que a maior parte dos grandes artistas só foram reconhecidos depois de mortos, (risos... ) o importante é sempre estar fazendo algo e nunca esquecer quem a gente é e o que a gente quer.



Jana no Hibi com uma prima e suas filhas em Paranapiacaba.


 A artista em ação fotografada por André Astro.


Em 2006 aluna do 2º ano do Ensino Médio com os colegas Fernando Rocha e Vanessa na E.E. Pedro B. Bandecchi nos cliques dessa professora.

Para saber mais:


·                     Jana no Hibi fez o curso de Artes Visuais na Universidade Cruzeiro do Sul em São Miguel Paulista na Zona Leste de São Paulo.Seu curso foi uma licenciatura, o que a tornou professora de Arte.

·                     No curso de Artes Visuais o aluno tem contato com as teorias da Arte e as mais variadas práticas artísticas: pintura, escultura, gravura, xilogravura, fotografia, cinema, etc.

terça-feira, 21 de julho de 2015

Dom Pedro II - o monarca moderno do Brasil oitocentista:

Uma das figuras mais emblemáticas da história política brasileira é o monarca brasileiro que mais tempo governou o Brasil. Dom Pedro II que esteve à frente do país por 49 anos no longo século XIX. Sua vida foi gerada para o poder. Da concepção à formação tudo foi preparado para que Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga, seu nome de batismo, assumisse o trono e a condição política do Brasil.
Nascido no Brasil, foi o único político da monarquia genuinamente brasileiro. Filho de D. Pedro I (do Brasil e IV de Portugal) e D. Leopoldina (arquiduquesa da Áustria), teve como parentes figuras importantes da História do Brasil e do Mundo. Foi sobrinho de Napoleão Bonaparte por parte de mãe e neto de D. João VI e Carlota Joaquina na família paterna. 
Foi o único filho legítimo de D. Pedro I - filhos legítimos são todos aqueles que nascem do casamento de um rei - por isso, seu destino já foi selado como sucessor do pai na Dinastia da Casa de Bragança. Sua mãe só viveu mais um ano após seu nascimento. Assim, o menino foi criado pela madrasta, D. Maria Amélia com quem manteve uma relação de carinho e afeto apesar das circunstâncias.
Com a abdicação do pai em 1831, que abriu mão do trono brasileiro para ocupar o trono português, o infante D. Pedro II - príncipe imperial - tornou-se Dom Pedro II, Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil aos 5 anos de idade. 


1. O menino de nome comprido,  Pedro de Alcântara só para começar,  em meio aos brinquedos que o acompanhariam pouco tempo diante de tantas responsabilidades. A maior delas: conduzir um país.

Com a ida do pai a Portugal,  o pequeno ficou sob a tutela de pessoas da confiança de D. Pedro I,  como José Bonifácio e a Condessa de Belmonte,  além de padres e pessoas da corte sem títulos pomposos. A rotina do garoto era puxada,  com muitos estudos e quase nada de tempo para se dedicar à infância. Com uma inteligência acima da média era bem sucedido nos estudos,  porém,  triste e solitário,  ainda mais após a morte de seu pai em 1834,  o que lhe deixara efetivamente órfão. Isso explica a sua paixão pelos livros que sempre o acompanharam,  sendo seus amigos e refúgio para os dissabores da vida.
Com a crise política instalada no período regencial (disputa de poder para ver quem governava em nome do pequeno Pedro),  a maioridade do monarca foi antecipada e aos 14 anos,  ele assumiu o poder.


2. Em 1941,  para conter a crise política que se instalara no Brasil, Pedro é emancipado aos 14 anos e assume o poder na mais tenra idade.

O muito jovem monarca, bem preparado para o cargo,  por anos de estudos que lhe roubaram a infância, em pouco tempo solucionou os graves problemas políticos do país. Sua dedicação ao trabalho era notável e aparentemente o poder não lhe subiu a cabeça. Trabalhava com imparcialidade e discrição. Em viagem pelas provincias doo Sul do país foi recebido calorosamente pelos súditos.
Nas crises políticas que enfrentou no período de 1848 a 1852 (a primeira dizia respeito ao fim do tráfico negreiro, a segunda a Revolta Praieira e a terceira à Confederação Argentina) soube lidar com os problemas utilizando firmeza e inteligencia, sem o emprego de força desnecessária. Esse seu estilo sério e equilibrado de governar promoveu estabilidade e prestígio. Na década de 1850 o governo brasileiro era visto como respeitador das liberdades de imprensa, constitucional e civil. Um avanço e tanto frente a outras nações de seu período, sobretudo na América do Sul.


3. O jovem governante do Brasil no século XIX buscava a solução de conflitos usando como arma um discurso conciliador.

O jovem imperador se casou muito cedo. Aos 17 anos desposou Tereza Cristina do Reino das Duas Sicilias. O casamento começou mal, com Dom Pedro se sentido enganado. Casou-se por procuração com uma linda mulher representada numa pintura. Ao conhecê-la, viu tratar-se de propaganda enganosa. No entanto, com a convivência o afeto entre os dois cresceu e tiveram um bom relacionamento conjugal. Somente recentemente alguns historiadores descobriram uma relação extraconjugal do monarca com uma mulher de nome Luísa - a Condessa de Barral. O "escândalo" historiográfico manchou a biografia do até então marido exemplar e vendeu um número considerável de revistas especializadas em História nos últimos anos.
De seu casamento nasceram Afonso, Isabel, Leopoldina e Pedro. Os meninos faleceram na infância e a herança do trono ficou para Isabel, que assinou a Lei Áurea mas, jamais assumiu o poder por conta da Proclamação da República em 1889.


3. Apesar da veste suntuosa usada duas vezes ao ano, o imperador gostava da vida simples e não custava caro aos cofres publicos. Ao deixar o poder gastava apenas 0,5% do PIB.

Dom Pedro II era um trabalhador compulsivo e uma pessoa extremamente simples. Amante das artes e das ciências promoveu o quanto pode o conhecimento no país. Fundou a Escola Nacional de Belas Artes e o Instituto Histórico Geográfico Brasileiro. Concedeu bolsas de estudos para artistas retratarem a História do Brasil. Os chamados bolsistas do imperador são hoje artistas de renome: Pedro Américo,  Vitor Meireles, entre outros. Foi profundo admirador de filosofia e estabeleceu relações com grandes cientistas de seu tempo. Também admirava as inovações tecnológicas e assim, trouxe ao país novidades como as locomotivas e a fotografia. Um homem moderno oitocentista este foi Pedro II,  imperador do Brasil que até na hora de ser deposto do poder soube sair de cena discretamente até morrer de depressão em Paris, dois anos depois. Uma vida simples, triste e bem conduzida.

domingo, 12 de julho de 2015

Museu Imperial: para entender o cotidiano da família real brasileira


Antiga residência da família real brasileira em Petrópolis - RJ

Como seria se pudéssemos voltar ao cotidiano do século XIX? Mais ainda, como seria mergulhar no cotidiano politico brasileiro? Em Petrópolis, cidade imperial da região serrana do estado do Rio de Janeiro, isso é possível. Na cidade fluminense está o Museu Imperial, instalado na residencia real da cidade.
O museu foi instalado na casa de veraneio de D. Pedro II e família, que subia a serra para fugir do intenso calor do verão carioca. Nos três meses da estação, ele e sua corte se transferiam para a cidade feita em sua homenagem, de clima ameno e natureza exuberante.
Na antiga residência, há um grande pedaço da história brasileira, onde pode-se ver os quadros originais que ilustram muitos livros didáticos de história. Desde 1940, quando foi inaugurado o museu, o visitante pode ter uma ideia do cotidiano da família real brasileira, ao poder visitar os recintos que compunham sua morada.
De pantufas, o visitante tem acesso ao museu que é bem conservado do piso ao teto. Assim, pode conferir de perto o mobiliário, as vestes imperiais de D. Pedro II, as coroas dos dois monarcas brasileiros, a pena de ouro usada pela Princesa Isabel para assinar a Lei Áurea, relíquias, quadros e até mesmo fotografias dos Orleans e Bragança, e também pode ver instrumentos usados para castigar os escravos no século XIX e assim se confrontar com o momento mais desagradável da nossa história.
Uma viagem no tempo capaz de conduzir ao imaginário de tempos distantes onde o Brasil tinha um sistema de governo completamente distinto do atual e uma sociedade cujos valores em nada se parecem com os nossos, mas que são fundamentais para entender a nossa atualidade.

Para saber mais:
  • É possível visitar virtualmente o museu em: http://www.museuimperial.gov.br/
  • No Museu há obras que mostram o Rio de Janeiro no século XIX e a região serrana do estado do Rio de Janeiro.
  • Há quadros que mostram a Independência e que dão grande destaque a D. Pedro I, pai de D. Pedro II além é claro de mostrar as várias fases do monarca e momentos de intimidade da sua família.
  • Estudantes e professores pagam meia entrada.

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Somos todos MAJU - pra entender a hashtag


 A brilhante charge mostra os sentimentos que levam as pessoas a pregarem o ódio contra as outras por questões raciais. Mas #Somos TodosMaju, preconceito não!

No dia de hoje, nas redes sociais se elevou a hashtag #SomosTodosMaju. O recurso tecnológico foi utilizado em repúdio à ação de internautas que usaram uma imagem da apresentadora do quadro de meteorologia de um telejornal, a jornalista Maria Júlia Coutinho, para despejar todo o seu preconceito racial. 
As ofensas raciais expressam o ódio de algumas pessoas que não aceitam a realidade de que o Brasil foi formado não apenas pelos brancos europeus que o colonizaram ou pelos índios que já o habitavam antes mesmo da presença européia nestas terras, mas também pelos afrodescendentes cujos ancestrais habitaram por séculos as nossas terras como escravos.
O preconceito racial reflete uma condição humana lamentável: a de pessoas que se acreditam superiores frente às outras por conta da pigmentação da pele. É uma postura que remonta a tempos arcaicos já superados.
Como todos sabemos, o que nos faz ser gente não é a nossa cor de pele e sim a nossa capacidade de amar o próximo e de ser apenas humanos. Todos nós temos as mesmas necessidades e um mesmo início e fim de vida. Simples assim.